segunda-feira, 16 de julho de 2007

Os verdadeiros parentes de Jesus


Evangelho: Mateus 12, 46-50

Naquele tempo, enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. Alguém disse a Jesus: "Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e querem falar contigo". Jesus perguntou àquele que tinha falado: "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?" E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: "Eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe". Palavra da Salvação!


Comentário do Evangelho:

RUPTURA DRAMÁTICA

O serviço ao Reino exigiu de Jesus uma ruptura dramática dos laços familiares, difícil de ser entendida pela sociedade da época. O sentido da solidariedade era muito agudo no mundo bíblico. E a solidariedade, no interno da família, era indispensável para a sobrevivência, seja no nível humano seja no nível social. A perda do referencial familiar redundava na perda da identidade social. Portanto, a ruptura dos laços familiares eram uma espécie de suicídio. É bem provável que tal atitude fosse raríssima, ou até mesmo inexistente, no ambiente bíblico.

A interrogação de Jesus: "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?" deve ter causado um sobressalto nos ouvintes. Para poder entendê-la corretamente, era preciso pensar como ele. Afinal, ele dava mostras de não ser um tresloucado.

A opção de Jesus decorria da centralidade do Reino de Deus em sua vida. O Mestre estabelecia laços tão profundos entre os que aderiam a ele, a ponto de transformá-los numa grande família. Desta forma, os discípulos podiam considerar-se perfeitamente irmãos, irmãs e mães. Era assim que Jesus se sentia quando estava com eles. Também era assim que deveriam sentir-se quando se reuniam em comunidade, pois pertenciam, agora, com Jesus, a uma nova família. Os laços de sangue ficavam em segundo lugar.

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