segunda-feira, 30 de julho de 2007

Pelo e Com o Darfur!
Só estive em Fátima no dia 28, quando foi o encontro da Família Comboniana. Por motivos de trabalho, não consegui ir à caminhada. Foi um dia em cheio. Para além do encontro da família, tivémos o envio de vários missionários, leigos e consagrados, para outros países. Rezemos por eles!

Peço também que rezem pelo Padre Feliz da Costa que está no Darfur com os refugiados. No encontro, que decorreu no Paulo VI, tivémos uma exposição (que irá a outras localidades), onde falámos às pessoas sobre o drama do Darfur. Para além de imagens da zona, tínhamos dois desenhos de crinças do Darfur. Como sabem, o desenho é utilizado na psicologia para ajudar a enfrentar os traumas. Ao mesmo tempo, testemunham as injustiças que são cometidas.


Um dos desenhos mostrava uma aldeia a ser incendiada. É o que mais acontece, infelizmente. Chega-se ao ponto de se pintar aviões com as cores da ONU para se bombardear aldeias. As pessoas pensam que vão receber comida e recebem a morte. Não é exagero. A própria ONU fez um comunicado a avisar para esta situação. O outro desenho impressionou-me particularmente. Via-se nitidamente que eram mulheres a serem violadas pelas guerrilhas. Em frente das crianças...


O Holocausto e tantas outras catástrofes humanas aconteceram porque o mundo se calou. Não nos calemos agora! A Plataforma África, que inclui várias instituições, como os missionários combonianos, tem uma petição a circular que será entregue às autoridades para fazerem pressão junto do Governo do Sudão. Ainda não está online, mas estará dentro em breve.


Até lá podem assinar a petição que será entregue ao embaixador da China e que está no site da Aministia Internacional, que também faz parte da Plataforma África. Em Timor e noutras ocasiões conseguimos fazer alguma coisa. Tentemos agora com o Darfur. A globalização não serve apenas para navegarmos na Internet e falar com pessoas de vários países. Também é uma forma de sabermos o que se passa e de ajudarmos quem mais precisa.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Um grito de amor


Se existe uma realidade misteriosa na nossa vida, essa é o sofrimento. E bem que gostaríamos de evitá-lo; no entanto, mais cedo ou mais tarde ele acaba chegando: uma simples dor de cabeça que parece estragar as mais corriqueiras ações do dia-a-dia, ou o desgosto por um filho que enveredou por um mau caminho; o fracasso no trabalho, ou o acidente que leva embora um amigo ou alguém da família; a humilhação pelo insucesso numa prova, ou a nossa angústia por causa das guerras, do terrorismo, dos desastres ambientais….


Diante da dor nós nos sentimos impotentes. Até alguém que está próximo a nós, e nos quer bem, freqüentemente é incapaz de nos ajudar a superá-la; mesmo assim, às vezes nos basta que alguém se disponha a dividir a dor conosco, embora em silêncio.Foi isso que Jesus fez: ele veio para estar perto de cada homem, de cada mulher, até compartilhar tudo o que é nosso. Ainda mais: ele tomou sobre si todas as nossas dores e se fez dor conosco, até o ponto de gritar:


"Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?"


Eram as três da tarde quando Jesus lançou este grito ao céu. Fazia três longas horas que Ele estava suspenso na cruz, pregado pelas mãos e pés. Tinha vivido a sua breve vida num contínuo ato de doação a todos: tinha curado os doentes e ressuscitado os mortos, tinha multiplicado os pães e perdoado os pecados, tinha pronunciado palavras de sabedoria e de vida.Mais ainda: na cruz, dá o perdão aos carrascos, abre o Paraíso ao ladrão e, enfim, nos doa o seu corpo e o seu sangue, depois de tê-los dado a nós na Eucaristia. E por fim grita:


"Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?"


Mas Jesus não se deixa vencer pela dor; como que por uma alquimia divina, Ele transforma a dor em amor, em vida. Com efeito, justamente enquanto parece sentir a infinita distância do Pai, Ele, com um esforço desmedido e inimaginável, acredita no seu amor e volta a se abandonar totalmente Nele: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito” (cf. Lc 23,46).


Jesus restabelece a unidade entre o Céu e a terra, abre-nos as portas do Reino dos céus e nos torna plenamente filhos de Deus e irmãos entre nós.É o mistério de morte e de vida, que celebramos nestes dias de Páscoa, dias de ressurreição.É o mesmo mistério que a primeira discípula de Jesus, Maria, experimentou em plenitude. Também ela, aos pés da cruz, foi chamada a “perder” o que tinha de mais precioso: o seu Filho Deus. Mas naquele momento, justamente porque aceita o plano de Deus, ela se torna Mãe de muitos filhos, nossa Mãe.


"Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?"


Por meio da sua dor infinita, que é o preço da nossa redenção, Jesus se faz solidário conosco em tudo, toma sobre si o nosso cansaço, as nossas ilusões, os desnorteamentos, os fracassos, e nos ensina a viver.


Se é verdade que ele assumiu todas as dores, as divisões, os traumas da humanidade, então é verdade também que, lá onde vejo um sofrimento, em mim ou nos meus irmãos e irmãs, posso reconhecer Jesus. Cada dor física, moral, espiritual me faz lembrar Dele, é uma presença sua, um semblante seu.


Posso dizer: “Neste sofrimento eu te amo, Jesus abandonado. És tu que, assumindo como tua a minha dor, vens me visitar. Então eu te quero, te abraço”!


Depois,se estivermos atentos em amar, em corresponder à sua graça, em querer aquilo que Deus quer de nós no momento seguinte, em viver a nossa vida por Ele, experimentaremos que, na maioria das vezes, a dor desaparece. E isto porque o amor atrai os dons do Espírito: alegria, luz, paz. E resplandece em nós o Ressuscitado.

Chiara Lubich



segunda-feira, 23 de julho de 2007

Caminhar até Fátima... com e pelo Darfur
Zinat Abdu, 3 anos, diz que a casa onde vive agora é muito pobre comparada com aquela em que vivia em Bulbul e que no campo de refugiados de Kalma não tem ovelhas nem cabras para guardar e brincar… nem leite.


Ramadan estava prestes a casar com Leila quando vieram os janjaweed (milícia)… Destruíram, queimaram e levaram-lhe a querida noiva que nunca mais chegou a ver. Depois de dois anos Leila ainda estará viva? Talvez escrava?


Samia Ramadan, 5 anos. Chora e pergunta todos os dias pelos irmãos que foram mortos pelos janjaweed em Buram.


Estas são três histórias, reais, de irmãos nossos que estão no Darfur. São testemunhos enviados pelo Padre Feliz, missionário comboniano, que se encontra no terreno.É por estas vozes e por muitas mais que o Centro Vocacional Juvenil (CVJ) dos Missionários Combonianos, organiza de 24 a 28 de Julho uma caminhada jovem a Fátima de oração com e pelo Darfur. Todas as orações, todos os pedidos, todas as partilhas têm como ponto central o sofrimento deste povo.


Rezemos com eles. Rezemos pelos que sofrem, pelos que tentam ajudar e pelos que fazem sofrer e estão cegos pela ganância e pela fome de poder e vingança.

domingo, 22 de julho de 2007

Evangelho do dia

Evangelho, Lucas 10, 38-42


Naquele tempo, Jesus entrou num povoado, e certa mulher, de nome Marta, recebeu-o em sua casa. Sua irmã, chamada Maria, sentou-se aos pés do Senhor e escutava a sua palavra. Marta, porém, estava ocupada com muitos afazeres. Ela aproximou-se e disse: "Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha, com todo o serviço? Manda que ela me venha ajudar!" O Senhor, porém, lhe respondeu: "Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. Porém, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada".

Cristo, hóspede

Jesus não se comporta como hóspede comum, também quando é recebido por amigos de longa data, como Marta e Maria (evangelho), ele exige atenção especial à sua mensagem e à sua pessoa. Acolher Cristo hóspede é principalmente “ouvi-lo”, pôr-se em atitude de receptividade, mais do que de dar. É ouvindo-o que se entra em comunhão com ele e se é transformado (Maria). Quem se preocupa mais com as coisas a dar (Marta) do que com a pessoa com quem se comunica, fica distante.

Jesus se manifesta sempre como "o forasteiro", que tira toda segurança e quer a renúncia total, que lança bases sólidas na linha do amor ligado ao reconhecimento dos outros como diferentes de si.

Este forasteiro veio aos seus, e os seus não o receberam (Jo 1,11). Aquele que morre na cruz é o "forasteiro" por excelência, rejeitado por todos; tão forasteiro que, depois da sua ressurreição, os peregrinos de Emaús não reconhecem no caminho, mas só quando lhe oferecem hospitalidade (Lc 24, 28-32)

A hospitalidade cristã, como acolhimento da presença transtornadora "do outro" na própria vida (Mt 25,35-36) e sobretudo como aceitação do "outro por nós" mesmo sendo nosso inimigo, é sinal privilegiado da fidelidade ao mandamento novo, sem fronteiras. Hospedar o outro é hospedar Cristo. Vaticano II lembra que "sobretudo nos nossos tempos, temos a imperiosa obrigação de nos tornarmos próximos de qualquer homem, indistintamente; se ele se nos apresenta, devemos servi-lo ativamente, quer seja um velho abandonado por todos, ou um operário estrangeiro injustamente desprezado, ou um exilado, ou uma criança nascida de união ilegítima sofrendo imerecidamente por uma falta que não cometeu, seja um faminto que interpela a nossa consciência recordando a voz do Senhor: 'Todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos a mim é que o fizestes"' (GS 27). Entre as obras de apostolado familiar indica: "adotar como filhos crianças abandonadas, acolher com bondade os estrangeiros" (AA 11, e).

Quando o evangelho nos houver revelado tudo o que implica o acolhimento do outro, a hospitalidade descobrirá sua verdadeira face. No evangelho, Jesus se mostra como hóspede. Mais de uma vez é convidado à casa dos publicanos e pecadore, (Lc 19,5-10), pelos quais é acolhido com solicitude e desinteressadamente. A sua presença entre eles é o sinal vivo do amor que Deus lhes tem, um convite à conversão. Comer juntos é sinal de comunhão. Para comer com Cristo é preciso, na verdade, converter-se.

Amar como Ele nos amou


Assim como o meu Pai Me amou,
Eu também vos amei:permanecei no meu amor.
Se guardais os meus mandamentos,
permanecereis no meu amor,
assim como Eu guardo os mandamentos do meu Pai
e permaneço no seu amor.
Disse-vos isto para que a minha alegria esteja em vós
e a vossa alegria seja completa.
O meu mandamento é este:
amai-vos uns aos outros como Eu vos amei.
Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos.
Vós sereis meus amigos se fizerdes o que vos mando.
Não vos chamo empregados,
pois o empregado não sabe o que o patrão faz;
chamo-vos amigos, porque vos comuniquei tudo o que ouvi a meu Pai.
Não fostes vós que Me escolhestes,
mas fui Eu que vos escolhi.
Eu destinei-vos para ir e dar fruto e para que o vosso fruto permaneça.
O Pai dar-vos-á tudo o que Lhe pedirdes em meu nome.
O que vos mando é que vos ameis uns aos outros». João 15, 9-17

HOJE, JESUS DIZ-TE…

Talvez te tenham metido na cabeça uma quantidade de normas e leis em meu nome. Mas, eu nunca dei normas aos meus discípulos! O que ensino a todos os que me escutam de verdade são Segredos para ser Feliz, Sabedoria de Viver. E tudo o que digo podes resumi-lo assim: "Ama como Eu amo!"Há muito tempo que se dizem os mandamentos da Antiga Aliança, os dez famosos: "Não matarás, não roubarás, não levantarás calúnias, não cobiçarás o que é do outro…" Mas, eu consigo dizer tudo isto numa palavra: "AMA!" Eu garanto-te que, se amares de verdade, certamente não matarás, certamente não roubarás, não sujarás o bom nome de ninguém, não procurarás ter coisas que não te pertencem…" Ama, que acertas! O Amor é, de verdade, a única "lei" que pode brotar do meu coração e dos meus lábios. E, além disso, esforça-te por crescer ao nível do coração para seres cada dia mais capaz de amar ao jeito do meu coração. O meu amor por ti, e por todos, é assim: um Amor sem "MAS" e um Amor sem "SES". Eu explico. Eu nunca te digo: "Amo-te muito, MAS…" Eu amo-te muito, e pronto! O "mas" é uma palavra que mostra as limitações típicas do amor humano. As pessoas amam-se com muitas limitações, inseguranças, ciúmes, falhanços… Amam-se, "mas"… Eu amo-te sem limitações! Amo-te, apesar de tudo, e acima de tudo!!!

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Palavra como vida

Milagre de Lanciano

Numa homilia ouvi uma frase que não consigo esquecer: “E o Verbo se fez carne - não se fez papel!” Foi um tiro certeiro. O que se diz aí de Jesus ( Jo 1,14) vale para cada cristão, para todos nós: não podemos deixar a Palavra de Deus degenerar em papel!

Jesus, a própria Palavra de Deus, não registrou nada por escrito – só uma vez ele “escreveu no chão, com o dedo” (Jo 8,6). Não: com todas as fibras do seu ser ele transformou a Palavra de Deus em vida e dessa forma a comunicou aos outros. Também os apóstolos mantiveram essa linha. Depois, graças a Deus, os evangelistas, Paulo e alguns outros (bem mais tarde) transcreveram algo; não fosse isso, nós não teríamos hoje o Novo Testamento.

Mesmo assim vale, com maior razão, o princípio fundamental: A Palavra de Deus só pode ser comunicada com credibilidade por meio do nosso próprio testemunho de vida. É uma missão exigente. Será que nós estamos fazendo tudo o que está em nosso poder para transmitir à próxima geração a nossa fé com credibilidade - isto é, por meio da nossa vida?

É um exame de consciência ao qual eu - e todos nós, espero - quero me submeter. Peçamos a Deus a coragem para isso e a Sua misericórdia toda vez que não o conseguimos…

Hans-Peter Röthlin
Presidente Internacional da Ajuda à Igreja que Sofre

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Darfur


Na próxima sexta-feira, dia 20, realiza-se uma oração de TaiZé pelo Darfur , às 19h45m, na Igreja de S. Nicolau, na Baixa de Lisboa.
Participa e divulga! Se não puderes estar presente, reza na mesma.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Os verdadeiros parentes de Jesus


Evangelho: Mateus 12, 46-50

Naquele tempo, enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. Alguém disse a Jesus: "Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e querem falar contigo". Jesus perguntou àquele que tinha falado: "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?" E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: "Eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe". Palavra da Salvação!


Comentário do Evangelho:

RUPTURA DRAMÁTICA

O serviço ao Reino exigiu de Jesus uma ruptura dramática dos laços familiares, difícil de ser entendida pela sociedade da época. O sentido da solidariedade era muito agudo no mundo bíblico. E a solidariedade, no interno da família, era indispensável para a sobrevivência, seja no nível humano seja no nível social. A perda do referencial familiar redundava na perda da identidade social. Portanto, a ruptura dos laços familiares eram uma espécie de suicídio. É bem provável que tal atitude fosse raríssima, ou até mesmo inexistente, no ambiente bíblico.

A interrogação de Jesus: "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?" deve ter causado um sobressalto nos ouvintes. Para poder entendê-la corretamente, era preciso pensar como ele. Afinal, ele dava mostras de não ser um tresloucado.

A opção de Jesus decorria da centralidade do Reino de Deus em sua vida. O Mestre estabelecia laços tão profundos entre os que aderiam a ele, a ponto de transformá-los numa grande família. Desta forma, os discípulos podiam considerar-se perfeitamente irmãos, irmãs e mães. Era assim que Jesus se sentia quando estava com eles. Também era assim que deveriam sentir-se quando se reuniam em comunidade, pois pertenciam, agora, com Jesus, a uma nova família. Os laços de sangue ficavam em segundo lugar.

A luz do mundo

«Vós sois o sal da terra.
Ora, se o sal perde o sabor, com que poderemos salgar?
Não serve para mais nada; só serve para ser lançado fora e ser pisado pelos homens.
Vós sois a luz do mundo.
Não pode ficar escondida uma cidade construída sobre um monte.
Ninguém acende uma lâmpada para a colocar debaixo de uma vasilha,
mas sim para a colocar no candeeiro,onde ela brilha para todos os que estão em casa.
Assim também: que a vossa luz brilhe diante dos homens,
para que eles vejam as boas obras que fazeis e louvem o vosso Pai que está nos céus».
Mateus 5, 13-16

HOJE, JESUS DIZ-TE...

Preciso de ti! Eu preciso de ti para “salgar” a vida das pessoas que muito amo, mas que ainda não me descobriram. Preciso de ti para lhes temperar a vida com os condimentos do amor, da alegria, da felicidade verdadeira, da profundidade de viver com os critérios do meu Evangelho. O sal é o que dá sabor à comida, como o meu Evangelho é o que dá sabor à vida. Dar sabor significa aprender a “viver com gosto”, e não aquelas vidas insossas que a maior parte das pessoas que conheces vive. Rostos cinzentos, corações acelerados, sempre com pressa para as coisas Urgentes, mas sempre distraídos às coisas Importantes!Mas para os ajudar a serem mais Felizes, a viverem com mais “gosto”, preciso de ti! Sem ti, a minha Palavra e o meu Espírito não poderão chegar a ninguém… Preciso de mediações, e quero pedir-te que sejas uma Mediação da minha Palavra e da minha Presença entre as pessoas. É claro que, para isso, não podes andar sempre distraído de mim. Se não me conheceres bem, como é que me poderás dar a conhecer a alguém?! Impossível!Preciso de ti para eu poder ser sal e luz, sal que tempera, luz que ilumina os caminhos, para que as pessoas se aleijem cada vez menos por não verem o caminho que pisam.Mas o sal precisa de um saleiro para poder chegar à sopa…sê o saleiro do meu Sal, que é o meu Evangelho!E a luz precisa de um espelho para se reflectir em todas as direcções…sê o espelho da minha Luz, que é o meu Espírito!

Jovens Redentoristas Portugal(Visitem!)

domingo, 15 de julho de 2007

Bom Samaritano


Evangelho de hoje: (Lc 10, 25-37)
Parábola do bom samaritano, verdadeiro “próximo”


(...) "Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos de assaltantes. Estes arrancaram-lhe tudo, espancaram-no, e foram-se embora deixando-o quase morto. Por acaso, um sacerdote estava descendo por aquele caminho. Quando viu o homem, seguiu adiante, pelo outro lado. O mesmo aconteceu com um levita: chegou ao lugar, viu o homem e seguiu adiante, pelo outro lado.

Mas um samaritano que estava viajando, chegou perto dele, viu e sentiu compaixão. Aproximou-se dele e fez curativos, derramando óleo e vinho nas feridas. Depois colocou o homem em seu próprio animal e levou-o a uma pensão, onde cuidou dele. No dia seguinte, pegou duas moedas de prata e entregou-as ao dono da pensão, recomendando: “Toma conta dele! Quando eu voltar, vou pagar o que tiveres gasto a mais". E Jesus perguntou: "Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?" Ele respondeu: "Aquele que usou de misericórdia para com ele". Então Jesus lhe disse: “Vai e faze a mesma coisa". Palavra da Salvação! (Lc 10, 30-37)

No amor de Cristo encontramos a Deus

Cristo se comporta com a humanidade como o samaritano da narrativa evangélica para com o desconhecido; como o bom pastor vem salvar a ovelha despojada, espancada e quase morta (Jo 10,10), como o filho do dono da vinha se apresenta depois dos profetas enviados em vão (Jo 10; Lc 20,9-18), assim o samaritano chega depois dos sacerdotes e levitas que não quiseram e não puderam salvar o homem ferido.

Vê-se aí um reflexo da história da salvação, na qual Jesus vem sob o aspecto de samaritano desprezado, revela aquilo de que os outros "técnicos" da salvação se esqueceram, constrói precisamente onde essas técnicas faliram. Em Cristo, Deus se aproximou do homem com uma fisionomia simples e humana. Só encontramos verdadeiramente a Deus fazendo o mesmo que Cristo fez. O segredo está no grande mandamento da caridade que, com Cristo, traz exigências novas. Não basta mais amar o próximo como a si mesmo; é preciso perguntar-se como ser próximo para o outro e amá-lo como Deus o ama. Depois da Ceia, Cristo dará
um mandamento novo: amar aos outros como fomos amados (Jo 13,34).

É necessário tomar consciência da pertença a esta humanidade ferida, abandonada semimorta a beira da estrada, que Cristo veio salvar.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Presente na história


Jesus quando ensinava, falava com autoridade e seus discursos são uma série de afirmações impostas pela Verdade em pessoa. Por isso, convém “reevangelizar-se”, assimilando-os um a um até penetrarem no fundo da alma, como uma própria essência, nova forma mentis do “homem novo” em nós.

A palavra de Deus é como a roupa que vestimos todos os dias: o uniforme cristão, que exterioriza o conteúdo evangélico do nosso ser de filhos de Deus. Protege e mantém o fogo que a graça e a caridade acenderam em nós, preserva dos excessivos entusiasmos dos inimigos da alma que correm pelo mundo, fora e dentro de nós, e sobretudo coloca o nosso espírito em posição de conquista e não de defesa.

De tempos em tempos, ressurge na Igreja a luz do Evangelho, e Deus parece renovar mentes e corações para que seu cristianismo volte a pulsar vivo e palpitante. O cristianismo é o que sempre foi, mas cada vez se revela novo e atende às exigências e às pressões do tempo: testemunho incontestável da Providência de Deus sobre o mundo e na história.

O mundo é monótono e apagado, inclusive porque se afoga, ávido de novidades, nas notícias veiculadas todos os dias nos jornais que excitam e desiludem.

Talvez, se alimentássemos a alma, com mais freqüência, de palavras eternas que venceram o mundo e a ele resistiram com sabedoria e ciência, nós a mergulharíamos em águas salutares, retirando-a depois, mais feliz e mais ela mesma, porque marcada de imortalidade.

E ainda hoje se vêem realizar os milagres dos discípulos de Jesus que abandonam tudo e o seguem: sinal de que Ele está presente na história e nos povos como vinte séculos atrás.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Festa do Apóstolo São Tomé.


NÃO SEJAS INCRÉDULO
Comentário o Evangelho João 20, 24-29

A incredulidade de Tomé chama a atenção para os bloqueios para se chegar à fé. Ele estava bloqueado pelo materialismo, exigindo tocar, com o próprio dedo, nas marcas da crucificação deixadas no Ressuscitado. Existiam, porém, outros tipos de bloqueios. De tipo filosófico: o pensamento grego pregava a morte como um ideal. Falar em ressurreição, seria um contra-senso por significar a volta a um tipo de vida desprezível. De tipo religioso: Deus não podia ressuscitar uma pessoa submetida à morte dos malditos. De tipo sociológico: que importância tinha a vida do carpinteiro galileu, a ponto de merecer tal atenção de Deus?

O aspecto mais importante da incredulidade consiste nas suas conseqüências práticas. Quem não acredita na ressurreição, dificilmente crê na possibilidade da vitória da vida sobre a morte, mesmo em algumas experiências simples. Não acredita no valor da vida em comunidade e no valor da união, em vista de lutar pela construção por um mundo melhor. Não acredita que, afinal, a violência não tem sentido e é importante criar uma sociedade baseada no respeito e no entendimento entre todos. Pensando noutra direção: os incrédulos dobram-se diante da maldade, da opressão e da injustiça, e capitulam quando se vêem desafiados a fazer-lhes frente.

A ordem de Jesus a Tomé - "Não sejas incrédulo, mas tenha fé" - vai além da simples denúncia de uma incredulidade teórica, e questiona seu modo de viver, ao se recusar a aceitar que o Mestre estava vivo. Portanto, a conversão do discípulo incrédulo passava, necessariamente, por uma mudança radical do seu agir.