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domingo, 13 de junho de 2010
Se teu olhar é simples
Em todos os próximos que encontrares durante o dia - de manhã até a noite - procura ver neles Jesus. Se o teu olhar é simples, quem por ele olha é Deus. E Deus é amor, e o amor deseja unir, conquistando.
Quanta gente, equivocando-se, olha as criaturas e as coisas para possuí-las! E o seu olhar fala de egoísmo, ou de inveja, ou em todo caso, de pecado. Ou então olham para dentro de si para se possuírem, para possuírem suas próprias almas, e têm o olhar apagado, porque turbado ou cheio de tédio.
A alma, por ser imagem de Deus, é Amor, e o amor fechado em si mesmo é como a chama que, não alimentada, se apaga.
Olha para fora de ti, não em ti, não nas coisas, não nas criaturas: olha a Deus fora de ti para unir-te a ele. Ele está no íntimo de cada alma que "vive" e, se "morta", é o tabernáculo que espera Deus para a alegria e expressão da própria existência.
Olha, portanto, cada irmão com olhar de amor, e amar é doar. Mas amor chama amor, e então serás por ele amado.
Chiara Lubich
sexta-feira, 12 de março de 2010
Fazer a Vontade de Deus
Existe um grande fenômeno que passa despercebido por muita gente.
Fazendo a vontade de Deus com todo o nosso ser, tornamo-nos um outro Jesus. Humanamente não é possível, mas somos Jesus porque continuamos a sua ação no mundo. Somos Jesus porque difundimos o seu modo de agir e de se relacionar com todos. Somos Jesus porque nos tornamos UM entre nós, quando aderimos ao seu ensinamento.
No momento em que conseguimos fazer com todo o nosso ser a vontade de Deus, Ele, o próprio Deus Pai, reconhece-nos como a si próprio, ou melhor, Ele nos reconhece como um outro Jesus. E, olhando para cada um de nós, repete: "Este é o meu filho amado, no qual eu ponho a minha alegria."
Não pensem que isso é coisa de "grandes santos". Isso é o quotidiano da vida cristã, é o nosso dia a dia, a começar pelas pequenas coisas.
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
O Nascimento de Jesus


A íngreme estrada era percorrida por outros peregrinos que acorriam a Belém para o recenseamento. Alguns resmungavam, pensando nos negócios interrompidos; outros com impropérios, consideravam aquele censo um ultraje aos livres filhos do Altíssimo por parte dos escravos dos ídolos. Havia também quem, resignado, via em tudo aquilo um castigo de Deus às culpas de Israel. Os que tinham mais bom senso entreviam um desígnio divino naquela imprevista reunificação da descendência de Davi no seu centro de origem e, davam razão a José, que os havia convidado a reconhecer na pobre resolução administrativa o máximo mistério da Providência.
À noite, quando finalmente chegaram à praça do povoado, a encontraram toda iluminada pelos lampiões, principalmente ao redor da entrada da estalagem. José também abriu caminho entre a multidão de peregrinos que gritavam. Junto ao portão, do qual entravam e saiam animais e homens, pediu um lugar para dormir: havia uma mulher, prestes a dar à luz, que precisava de um leito, num lugar apartado. O vigia barbudo o enquadrou da cabeça aos pés e, observando,o seu manto empoeirado, sacudiu a cabeça e respondeu: "Não há lugar para vocês".
Era possível encontrar um lugar num ambiente tão amplo, mas não para um "Zé ninguém", não para uma galiléia prestes a dar à luz. José bateu à porta também de algumas casas, mas em toda parte havia peregrinos chamados ao recenseamento. Para ele, descendente de Davi, e Maria, mãe do Messias, não havia um lugar para dormir na cidade de Davi, na pátria do ungido. Quando até os animais tiveram uma toca, Jesus não encontrará uma pedra onde reclinar a cabeça. Naquele momento, ainda antes de nascer, iniciava a sua renúncia.
José não desanimou. Ao subir pela estrada, havia observado que existiam grutas nas encostas e, por experiência, sabia como se arranjar. Mesmo sofrendo por não poder oferecer algo melhor àquela mulher a quem os arcanjos prestavam homenagem, voltou a descer com ela parte do caminho, distanciando-se um pouco do povoado. Entraram numa gruta onde ouviram um pacífico ruminar de animais. Ele acendeu a tocha que levava consigo e acomodou, com feno, um leito para Maria que já se arrastava...
Assim reclinou-se, em meio aos animais sonolentos, aquela que as gerações iriam chamar de "bem-aventurada", e a quem a Igreja, atônita, daria os títulos de "salvação do mundo", "porta do céu", "dispensadora de riquezas, "hora da criação", "morada da Trindade". Na poesia ela sera invocada também como a "lâmpada dos séculos"; e eis que a mecha do seu lampião se ensopava, soluçando, querendo se apagar, e aquela minúscula luminosidade tornava mais densa a escuridãodo pobre lugar.
O burro de vez em quando, raspava no chão, o vento carregava balidos de ovelhas. José caia de sono, não queria dormir e, de vez em quando, a chamava. Ela estava absorta no silêncio carregado de divino. Um diálogo íntimo discorria entre ela, a mãe, e Deus, o Pai...
E Jesus entrou no mundo: escuridão e vento, solidão e animais. O Criador dos sóis entrou através de um orifício do planeta, como o último filho de uma mulher, para que entre os nascidos ninguém pudesse se lamentar de uma sorte mais infeliz. Mas entrou também como o primeiro filho de uma mulher, recebido com o mais puro amor de mãe.
O Pai havia tirado todos os esplendores da paternidade divina para que se recolhesse inteiramente na ternura da maternidade humana. Naquele instante não teve cantos de anjos e estrondos de trovões, mas a carícia incomparável de Maria, filha predileta do Pai, mãezinha amável do filho.
À noite, quando finalmente chegaram à praça do povoado, a encontraram toda iluminada pelos lampiões, principalmente ao redor da entrada da estalagem. José também abriu caminho entre a multidão de peregrinos que gritavam. Junto ao portão, do qual entravam e saiam animais e homens, pediu um lugar para dormir: havia uma mulher, prestes a dar à luz, que precisava de um leito, num lugar apartado. O vigia barbudo o enquadrou da cabeça aos pés e, observando,o seu manto empoeirado, sacudiu a cabeça e respondeu: "Não há lugar para vocês".
Era possível encontrar um lugar num ambiente tão amplo, mas não para um "Zé ninguém", não para uma galiléia prestes a dar à luz. José bateu à porta também de algumas casas, mas em toda parte havia peregrinos chamados ao recenseamento. Para ele, descendente de Davi, e Maria, mãe do Messias, não havia um lugar para dormir na cidade de Davi, na pátria do ungido. Quando até os animais tiveram uma toca, Jesus não encontrará uma pedra onde reclinar a cabeça. Naquele momento, ainda antes de nascer, iniciava a sua renúncia.
José não desanimou. Ao subir pela estrada, havia observado que existiam grutas nas encostas e, por experiência, sabia como se arranjar. Mesmo sofrendo por não poder oferecer algo melhor àquela mulher a quem os arcanjos prestavam homenagem, voltou a descer com ela parte do caminho, distanciando-se um pouco do povoado. Entraram numa gruta onde ouviram um pacífico ruminar de animais. Ele acendeu a tocha que levava consigo e acomodou, com feno, um leito para Maria que já se arrastava...
Assim reclinou-se, em meio aos animais sonolentos, aquela que as gerações iriam chamar de "bem-aventurada", e a quem a Igreja, atônita, daria os títulos de "salvação do mundo", "porta do céu", "dispensadora de riquezas, "hora da criação", "morada da Trindade". Na poesia ela sera invocada também como a "lâmpada dos séculos"; e eis que a mecha do seu lampião se ensopava, soluçando, querendo se apagar, e aquela minúscula luminosidade tornava mais densa a escuridãodo pobre lugar.
O burro de vez em quando, raspava no chão, o vento carregava balidos de ovelhas. José caia de sono, não queria dormir e, de vez em quando, a chamava. Ela estava absorta no silêncio carregado de divino. Um diálogo íntimo discorria entre ela, a mãe, e Deus, o Pai...
E Jesus entrou no mundo: escuridão e vento, solidão e animais. O Criador dos sóis entrou através de um orifício do planeta, como o último filho de uma mulher, para que entre os nascidos ninguém pudesse se lamentar de uma sorte mais infeliz. Mas entrou também como o primeiro filho de uma mulher, recebido com o mais puro amor de mãe.
O Pai havia tirado todos os esplendores da paternidade divina para que se recolhesse inteiramente na ternura da maternidade humana. Naquele instante não teve cantos de anjos e estrondos de trovões, mas a carícia incomparável de Maria, filha predileta do Pai, mãezinha amável do filho.
Revista Mariápolis - Nov/Dez 2003
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