domingo, 12 de julho de 2009

Se não vos receberem, saí dali e sacudi o pó dos vossos pés

Marcos 6, 7-13

“Se em algum lugar não vos receberem nem vos escutarem, saí dali e sacudi o pó dos vossos pés em testemunho contra eles.” (Mc. 6, 11)

Jesus envia os apóstolos em missão. Eles devem pregar o Evangelho e os milagres são sinais que os acompanham. Este envio missionário continua em toda a Igreja no decorrer da História. Anunciar Jesus Cristo é a tarefa primordial da Igreja. Os milagres que porventura acontece ou as obras de caridade que a acompanha são apenas sinais do amor de Deus e jamais devem constituir seu objetivo e muito menos uma forma de chantagem ou coação para angariar adeptos como vemos acontecer em nossos dias.

Sigamos esta ordem de Cristo; nosso dever é anunciar o evangelho, com toda a sua verdade, sem açucará-lo ou destorcê-lo para ficar mais atraente com promessas de vida fácil e confortável. Que os ouvintes do Evangelho possam ter a liberdade de consciência em aceitá-lo ou não. Se rejeitarem, o problema não é nosso.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

“Vendei vossos bens e dai o dinheiro em esmola".

“Vendei vossos bens e dai o dinheiro em esmola. Fazei para vós bolsas que não se estraguem, um tesouro no céu que não se acabe; ali o ladrão não chega nem a traça corrói.”
(Lc 12,33)

Você é jovem e sente a exigência de uma vida ideal, sem meias medidas, radical? Ouça o que diz Jesus. Ninguém nesse mundo lhe pede tanto como Ele. Você está tendo a oportunidade de demonstrar sua fé e sua generosidade, seu heroísmo.

Você é adulto e anseia por uma existência séria, comprometida, embora sem perder a segurança? Ou então já é idoso e deseja viver seus últimos anos confiando-se a alguém que não engana, sem preocupações desgastantes? Também para você é válida essa frase de Jesus.

De fato, no Evangelho ela é precedia por uma série de recomendações em que Jesus nos convida a não nos preocuparmos com o que deveremos comer e vestir, exatamente como as aves do céu, que não semeiam, e os lírios dos campos, que não tecem. Você deve, portanto, eliminar do seu coração toda e qualquer agitação com as coisas terrenas, porque o amor do Pai por você é bem maior do que pelas aves e pelas flores, e Ele mesmo cuida de você.

É por isso que lhe diz:

“Vendei vossos bens e dai o dinheiro em esmola. Fazei para vós bolsas que não se estraguem, um tesouro no céu que não se acabe; ali o ladrão não chega nem a traça corrói”.
O Evangelho, no seu conjunto e em cada uma de suas palavras, é um pedido aos homens de tudo aquilo que são e que têm.

Antes da vinda de Cristo, Deus não pedia tanto assim. O Antigo Testamento considerava a riqueza terrena como um bem, uma bênção de Deus. E, se ele prescrevia dar esmola aos necessitados, era para obter a benevolência do Todo-poderoso.

Mais tarde, no judaísmo, a idéia da recompensa na outra vida já se tornara mais comum. De fato, um rei respondeu da seguinte maneira a alguém que o acusava de esbanjar os seus bens: “Meus antepassados acumularam tesouros para essa terra, enquanto que eu acumulei tesouros para o céu”.

Ora, a originalidade da frase de Jesus está no fato de que Ele pede a você o dom total, pede-lhe tudo. Quer que você seja um filho livre, sem preocupações em relação ao mundo, um filho que se apoia somente nele.

Ele sabe que a riqueza é um obstáculo enorme para você, pois ela ocupa o seu coração, enquanto Ele quer ter todo esse espaço disponível para si.

Daí, portanto, a recomendação:

“Vendei vossos bens e dai o dinheiro em esmola. Fazei para vós bolsas que não se estraguem, um tesouro no céu que não se acabe; ali o ladrão não chega nem a traça corrói”.

E se você não pode se desfazer materialmente dos bens, devido a obrigações para com outras pessoas, ou porque a sua posição o obriga a se apresentar de modo mais requintado, isso não o dispensa de se desapegar espiritualmente dos bens e de ser um simples administrador deles. Assim, ao mesmo tempo que lida com a riqueza, você ama os outros e, administrando-a em função deles, prepara um tesouro que a traça não corrói e o ladrão não rouba.

Mas, você tem certeza de que deve ficar com todos os seus bens? Ouça a voz de Deus que fala no seu íntimo; peça conselho, se não souber decidir. Você verá quantas coisas supérfluas encontrará entre os seus bens. Não fique com elas. Dê, dê para quem não possui. Coloque em prática a frase de Jesus: “Vendei... e dai”. Assim você encherá as “bolsas que não se estragam”.

É lógico que, para viver no mundo, é necessário interessar-se também pelo dinheiro, também pelas coisas materiais. Mas Deus quer que você se ocupe e não que se preocupe. Ocupe-se daquele mínimo que é indispensável para viver de acordo com a sua situação, conforme as suas condições. Quanto ao mais:

“Vendei vossos bens e dai o dinheiro em esmola. Fazei para vós bolsas que não se estraguem, um tesouro no céu que não se acabe; ali o ladrão não chega nem a traça corrói”.
O papa Paulo VI era realmente pobre . Uma demonstração disso foi o modo como ele desejou ser sepultado: num pobre caixão, “na terra nua”. Pouco antes de morrer havia dito a seu irmão: “Faz tempo que eu preparei as malas para aquela viagem tão exigente”.

Pois bem, é isso que você deve fazer: preparar as malas.
Nos tempos de Jesus talvez as malas se chamassem de bolsas. Prepare-as dia após dia. Procure enchê-las o mais que puder com aquilo que pode ser útil para os outros. Você só tem realmente aquilo que dá. Lembre-se de quanta fome existe no mundo. Quanto sofrimento. Quantas necessidades…

Ponha nessas malas também todo gesto de amor, toda obra em favor dos irmãos.
Faça essas ações por Ele. Diga-Lhe, do fundo do coração: por Ti. E faça-as bem, com perfeição. Elas estão destinadas ao céu, permanecerão para a eternidade.

Chiara Lubich

Esta Palavra de Vida foi publicada originalmente em março de 1979.

domingo, 5 de julho de 2009

“Jesus disse-lhes: um profeta só é desprezado na sua pátria.

“Mas Jesus disse-lhes: um profeta só é desprezado na sua pátria. Entre seus parentes e na sua própria casa.” (Mc. 6, 4)

O povo judeu se opôs fortemente a mensagem de Jesus principalmente em Nazaré, cidade na qual cresceu e viveu Sua vida comum onde trabalhava e vivia com a família. Por isso, quando começa Sua vida pública, pregando o Evangelho e fazendo milagres, seus conterrâneos e até mesmo parentes não acreditaram Nele.

Isto acontece conosco também. Muitas vezes, quando alguém que esteve em pecado público e se converte, passa a testemunhar o amor de Deus acaba sendo visto com desconfiança, como se fosse hipócrita, somente porque conhecíamos sua vida anterior. Mas também pode ocorrer o contrário. Muitos hipócritas que querem demonstrar santidade aonde vivem, são grandes pecadores quando estão entre desconhecidos.

Sejamos como Jesus que sempre demonstrou exatamente aquilo que é, sem se preocupar com a opiniões ou aceitação dos outros.