sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Diplomacia Divina

"Se cada diplomata, no exercício de suas funções, for movido em seus atos pela caridade para com o outro país tanto quanto para com a própria pátria, será de tal modo iluminado pela ajuda de Deus, que concorrerá para estabelecer relações entre os países como as que devem existir entre os homens".

Quando alguém chora, devemos chorar com ele. E se sorri, alegrar-nos com ele. Assim, a cruz é dividida e carregada por muitos ombros, a alegria é multiplicada e compartilhada por muitos corações.

Fazer-se um com o próximo é um caminho, a estrada mestra para fazer-se um com Deus. Estrada mestra porque é nessa caridade que está a fusão dos dois primeiros e principais Mandamentos. Fazer-se um com o próximo, por amor de Jesus, com o amor de Jesus, até que o próximo, docemente ferido pelo amor de Deus em nós, queira fazer-se um conosco em comunhão recíproca de ajudas, de ideais, de projetos, de afetos. Até se estabelecerem entre os dois os elementos essenciais para que o Senhor possa dizer de nós:

“Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali estou em no meio deles” (Mateus 18,20). Ou seja, até nos garantir, no que depende de nós, a presença de Jesus, e caminhar na vida, sempre, como pequena Igreja em marcha, Igreja, mesmo estando em casa, na escola, na fábrica, no parlamento.

Caminhar na vida como os discípulos de Emaús, com aquele Terceiro entre nós, que dá valor divino a todo o nosso agir. Sendo assim, não somos nós, míseros e limitados, sozinhos e sofredores, que agimos na vida. Conosco caminha o Onipotente. E quem a Ele fica unido, produz muito fruto. De uma célula, outras células; de um tecido, outros tecidos.

Fazer-se um com o próximo naquele completo esquecimento de si existente em quem se lembra do outro, do próximo, sem se dar conta, nem se preocupar com isso. Esta é a diplomacia da caridade que tem da diplomacia comum muitas expressões e manifestações, e que por isso não diz tudo o que poderia dizer, porque o irmão não gostaria, nem seria do agrado de Deus; sabe esperar, sabe falar, atingir a meta. Divina diplomacia do Verbo que se faz carne para nos divinizar.

Ela, porém, tem um timbre essencial e característico, que a distingue daquela de que fala o mundo, para o qual, muitas vezes, diplomático é sinônimo de reticente ou até mesmo de falso.

A diplomacia divina tem isto de grande e de seu, talvez de somente seu: ela é movida pelo bem do outro, portanto, é isenta de qualquer sombra de egoísmo. Tal regra de vida deveria inspirar toda diplomacia. Isto, com Deus, é possível, pois Ele não é o Senhor dos indivíduos, mas Rei das nações e de todas as sociedades.

Se cada diplomata, no exercício de suas funções, for movido em seus atos pela caridade para com o outro país tanto quanto para com a própria pátria, será de tal modo iluminado pela ajuda de Deus, que concorrerá para estabelecer relações entre os países como as que devem existir entre os homens. A caridade é uma luz e guia, e quem é emissário têm todas as graças para ser um bom emissário.

Deus nos ajude e nós nos disponhamos para que e Senhor possa ver do Céu este espetáculo novo: o seu testamento realizado entre os povos.

A nós pode parecer um sonho: para Deus é a norma, a única que garante a paz no mundo e a valorização dos indivíduos na unidade daquela família humana que já conhece Jesus.

Chiara Lubich
(Ideal e Luz, p. 290 e 291)

2 comentários:

Marlene Maravilha disse...

Seria muito bom e salutar que aprendessemos a viver desta maneira em todos os dias da nossa vida, e nao só os verdadeiros diplomatas, que poderiam mesmo, quem sabe, melhorar muito do mundo,mas todos nós em total dependencia de Deus; mas o mundo jaz mesmo no maligno. Entretanto, nao podemos desistir de querer conserta-lo, e sigamos pregando o Evangelho a toda a criatura.
Lindo texto!
FELIZ NATAL E UM ANO NOVO CHEIO DO PODER E DA GLÓRIA DE DEUS!
abracos

Deus disse...

Eu sou Amor. Não esperem porém, meus filhos, que deixe o meu Jesus voltar para vós, que estais neste tão cruel mundo. Uma vez o fiz e muito me arrependi.

Aproveito para esclarecer que os relatos sobre aparições de meu filho em torradas não passam de boatos sem qualquer fundamento.